terça-feira, 1 de maio de 2012

Piscina.

Olhei pra essa página assustadoramente gigantesca para escrever e pensei em um tema pra preencher esse vazio de informações. A página nova me distraiu algumas vezes, mas é bem feito por não postar há tempos. A última vez que eu postei ainda tava saindo do ensino médio e agora já tenho quase um ano e meio de faculdade. Faculdade de Letras, onde aprendi a não amar mais meu blog. Faculdade de Letras onde eu aprendi que pra ser escritor tu precisa de muito mais artilharia que eu tenho. A Faculdade de Letras onde aprendi que nada na literatura é simples, e literatura muito simples é ruim. Só que eu sou e escrevo simples, não sei direito que linguagem é mais legal e não sei colocar muitas coisas nas entrelinhas. Não tenho a habilidade de ser uma grande escritora, mas também não é tudo ruim no que eu faço. Eu escrevo textos políticos mais decentemente, consigo expressar bem minhas ideias, mas também não penso em mim como alguém com base suficiente pra escrever política no meu blog, ou criar um blog político. Às vezes eu penso em mim como uma jornalista de coisas vazias e simples, que escreve sobre coisas fáceis, porque daí não corre o risco de falar besteira. Quem é capaz de falar besteira sobre alguma besteira? Tem que ser muito idiota. Daí eu escrevo sobre coisas que eu sinto, sobre fatos da minha vida, sobre relacionamentos ou amor, sobre Marisa Monte (que eu ouço esse momento), ou sobre a minha incapacidade de escrever. É, e eu juro que acredito realmente nessas coisas. O problema é que tudo em mim mudou durante esse ano e meio, e o que eu sou e as coisas que eu sinto se direcionaram diretamente para aquela que eu não quero escrever sobre, a política. Até meus relacionamentos, os problemas deles e as coisas boas deles também. Eu mudei, e a bobagem que era escrever sobre mim se tornou muito mais difícil, porque ler a minha própria vida ficou muito mais difícil. De uma pessoa andando por aí com amigas que gostam de Fresno e Demi Lovato, alguém que pouca gente repara e se repara não espera nada demais, consegui virar alguém que precisa provar o tempo inteiro pra determinadas pessoas importantes o que é e a amplitude política que possui. Me transformei em muito mais que um casaco vermelho e alguma poesia, algo de teatro e algo de música, com um tanto de olhar sobre a sociedade que não tomava majoritariamente minhas ações, só algo do meu pensamento e que não tinha encontrado lugar ainda no meu sistema de vida, me transformei em um ser político pensante, preocupado e agente do que acredita. Transformei meu pensamento e minhas prioridades, meus textos e meus assuntos, minhas certezas, e criei a necessidade de preencher minhas lacunas com informações novas e antigas que me ajudem a criar teorias e ações novas. Determinei alguma coisa de algum futuro em algum lugar e, em determinado momento dessa história, comecei a ser vista. E cobrada. E pressionada. E tudo o que eu digo precisa ser cuidado, e tudo que eu pensar vai ser julgado, e tudo que eu escrever tem responsabilidade e pode ser distorcido. Mas meu sofá ainda é rosa, minha palavra preferida ainda é alegria e quando eu vejo luzes no horizonte eu ainda penso em magia. E eu gosto disso. Não quero ser vista com olhos políticos ou como John Lennon viu Paul McCartney, não quero ser vista como uma coisa ou outra. Essa história cansa. E eu sei que é difícil compreender tudo que alguém é, principalmente se essa pessoa der tanta importância pra tantas coisas diferentes e até incoerentes entre si, mas eu queria que compreendessem. Queria que alguém que ouve o que eu falo não me julgasse ou fútil pelas bobagens ou chata pela política. Queria que compreendessem o fato de que a menina com o megafone gosta de dançar e de cantar no chuveiro. Que a criatura política também gosta de Fresno, Jonas Brothers e ama seu All Star azul. Só queria ser perdoada algumas vezes. Perdoada por não ser mais forte ou mais profunda politicamente. Perdoada por estar há 10 meses no Movimento Estudantil e não ter aprendido ainda a não chorar quando sofre pressão demais e a embasar seus argumentos com tanta qualidade. Queria ser perdoada por sorrir em manifestações e por tremer quando a polícia chega. Não queria ser mal entendida ou usada. Não queria ter medo de ser manipulada e não queria ter que provar constantemente que tenho força e personalidade suficientes pra segurar o tranco e não esquecer meus princípios. Eu queria que todos lembrassem os seus princípios e deixassem os meus em paz, lembrando a quem deveríamos cobrar e/ou atacar. Queria poder jogar toda a minha poesia e minhas risadas em tudo, por mais sérios que tenhamos que ser algumas vezes. Eu queria ser perdoada por querer cor em tudo, e querer todas as cores em tudo e de verdade. Queria e quero a permissão de ser utópica, e a condição de não precisar provar nada pra ninguém. É por essa confusão que tomou conta do meu post que eu tenho essa dificuldade toda de voltar aqui e escrever sobre mim. Não tenho mais só alguma filosofia frufru e um olhar poético sobre alguma coisa mongolona. Nem consigo mais ter orgulho de tê-los. Hoje em dia ampliei tudo e perdi o controle. Não ando mais apenas nas minhas mãos, mesmo que mais livre. Ando nas mãos do mundo e tudo que o toca. E não reclamo, se é, é porque eu quis e entrei de olhos bem abertos nessa água. Falo água porque sabe, eu não sei se tu já entrou em uma piscina de olhos abertos... Tu enxerga, mesmo que incomodamente, vê os raios de luz vindos de cima, mas nunca consegue ver tudo. É como eu vejo minha vida hoje em dia. Uma piscina lotada de coisas em que eu observo de dentro com os olhos bem abertos. E confusos. E algumas vezes ardendo. E muitas vezes perdendo o ar. É nessa hora que eu preciso subir e respirar, é nessa hora que eu saio da piscina e olho pra baixo. É nessa hora que eu escrevo. É agora. É um ano e meio depois de mergulhar. Até que meu fôlego anda bom. :)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Desabafo sobre o IF.

Depois de largar o IF, fazer o enem pra me formar no ensino médio e entrar pra faculdade, eu ouvi várias vezes que eu tava perdendo um grande nome no meu currículo, que o IF era um status a mais, que é muito diferente dizer que se formou pelo IF ou pelo enem, como um supletivo ou algo assim. Isso não é totalmente errado, mas sinceramente discordo de algumas coisas pelo fato de que eu não tinha o melhor histórico escolar do mundo enquanto estudava no cefet. O que eu colocaria? "ensino fundamental (CIEP) conclusão em 2006. ensino Médio (IF-Sul) conclusão em 2012"? sério?
Eu acho que, mesmo que seja verdade, não faz valer a pena todo o "sofrimento" que era o IF pra mim no final.
Mas tranquilo, aguento de boa, talvez as pessoas tenham razão. Só não aceito uma coisa. Não permito que seja dito porque não é verdade. não aceito que digam que eu não vou poder levar nada do IF, como se a única coisa importante do mundo fosse o currículo. Não é. E eu sei que vou levar pra vida inteira muito mais que um papel com boa qualificação. Eu vou levar as experiências de cada aula, cada projeto, cada amigo e cada lugar.
A responsabilidade forçada, a visão política das aulas de história, a dificuldade das aulas de topografia, o mundo profissional das aulas de técnicas construtivas e todas as lições de vida dos professores da EDI. Não vou poder levar o corpinho que eu tinha da Educação Física, mas levo o KiSuco nos ensinando a saltar e jogar futebol como se fosse um pai. Levo (e só descobri isso no cursinho) a capacidade de raciocinar rápido e complexamente das aulas de Física e Matemática. Levo a história da minha luta de amor e ódio com a Química com opostos. Se me perguntarem se eu gostava de Química no cefet, eu vou ficar confusa. Até porque eu tive o Éder, o pior professor de Química da história, mas tive o Léo e um pouco de Marcelo, os melhores. Vou levar pra sempre o conhecimento de tubulões que sustentam pontes, de que argamassa é cimento areia e água mas todo mundo joga cal pra dar mais liga, de que existem mais nomes estranhos nos termos da construção civil do que pode imaginar a nosa vã compreensão humana, que as normas da ABNT são caras e chatas, que a diferença entre parede trincada e rachada é simplesmente que trincada é na nossa obra, rachada é na dos outros. Que tu deves usar clorofina na parede antes de pintar ou os fungos crescem e explodem a tinta (e fica feio) e muitas outras coisas. Ah, claro... um revestimento argamassado é feito de chapisco, emboço e reboco. A maior lei da Edificações, e a única questão que todos acertavam na prova. :)
Vou levar pra sempre as aulas de Geografia, principalmente a que eu e a Camila ficamos bêbadas com a nega maluca que a Stela fez, totalmente batizada e eu não sabia. Vou levar ICC e todas as visitas às obras. Também vem pra minha mala Desenho Arquitetônico, onde se aprende que régua paralela é a coisa mais importante do mundo. Levo também, na verdade principalmente, as aulas de português que no IF só completaram a minha fascinação, fizeram a minha escolha pela faculdade de Letras e eu espero ainda voltar lá ensinando.

Levo o jardim. Cada minuto, cada dia, cada sol e cada sombra. Cada dia que passei frio e os dias que passei calor. Cada amigo que eu encontrei lá, cada briga que eu tive, cada beijo que eu dei. Levo as árvores grandes que eu ficava olhando de baixo deitada num banco depois do almoço e levo as árvores pequenas que eu me apoiava pra conversar. Levo os bancos e todas as coisas escritas neles e levo as pessoas que sentavam, deitavam e até sambavam nos coitados. Levo as fotos, os livros que eu li deitada no sol e tudo que eu cantei e dancei. Também tudo que a Sandy dançou. he.

Levo o laguinho do jardim dos professores e suas tartarugas preguiçosas, a cruz e a padra atrás dela, onde tinha uma sombra ótima e o silney não nos via pra expulsar de lá. O Silney... levo todas as fotos que ele tirava com as mãos gritando "pessoaaal, olha a foto, olha a foto da escola pessoaaal" "assim não, fica de ladinho assim.. um do lado do outro, ele atrás de ti guriazinha, prejudica a foto" e as histórias mirabolantes e filosofias em que ele passava um pouco de ridículo mas daí eu podia defender ele dos deboches e fazer ele gostar de mim. :)

Vou levar todas as pessoas do teatro e todas as pessoas do CTG, todos os micos no saguão e as saídas vestida de prenda ou de palhaço. A Isadora e o Maurício no meu primeiro semestre.:)

Levo todos os amigos que eu fiz, e os que eu não mantive amizade. Todos os grupos que eu andei e todos que me ensinaram a não confiar tanto nos outros. agradeço os que me machucaram, os que falaram mal de mim e quem me ridicularizou. Talvez sem vocês eu ainda fosse completamente abobada. Agora eu sou só um pouquinho. ;)
Levo todos pra vida. Desde a Taís Ongaratto, a primeira até a Taís Meroni, a última amizade adquirida. :)
Todas as Thaises, Taíses, Luizas, Luisas, Jéssicas, Camilas, Stelas, Estelas, Déboras, Jeffs, Eduardas, Francieles e Gabrielas... enfim. todos vocês.

Levo não só na minha mala de lembranças mas também comigo todos os dias algumas pessoas lindas, que me fizeram mudar muito e que eram as últimas pessoas que eu pensava ser realmente amiga no IF. e foram as únicas que realmente foram. Debora Martins, Sandy Casarin, Andressa Fonseca e Taís Meroni. Claro que eu tive outros amigos e eu levo com carinho pra sempre, mas elas foram e são diferentes. Porque, apesar de tudo que tinha de diferente, elas foram o que mais pareceu comigo nesses anos todos. Sei lá se é porque nós éramos irresponsáveis juntas ou porque eu pude admitir que gostava de músicas e coisas que todo mundo repudia. Ou sei lá, deve ser porque eu posso admitir, com elas, que eu gosto de coisas que até elas repudiam. Não é isso que interessa. O que interessa é que o IF me deu as minhas maiores amizades atuais. Não só elas, mas alguns dos meus melhores amigos foram fruto do Cefet, de um tempo em que ele ainda era um lugar misterioso. Tanto tempo que nas minhas lembranças nem parece o mesmo lugar.

O IF me deu mais que ensino, não me deu currículo... mas me deu um tipo de experiência de vida. Tu nunca entra no IF e sai a mesma pessoa. Até porque eu entrei no CEFET e saí do IF, o que já muda tudo. he. É uma forma de ver as coisas totalmente diferente, um ensino diferente, pessoas diferentes. É, pessoas diferentes, o que eu acho que muda muito. Essas pessoas e cada bagagem que cada uma traz é o que mais muda a nossa bagagem ao sair.
É como dizia minha mãe: "Onde eu mais aprendi na Escola técnica não foi nas aulas, foi no jardim, foi com as pessoas"
E é a maior verdade sobre esse lugar, seja Escola Técnica, seja Cefet, seja If-Sul. O que importa mesmo não é o que tu vai levar no teu currículo e sim o que tu vai levar na tua bagagem pra vida, as coisas que tu vai aprender nas conversas mais tranquilas embaixo do sol comendo risólis de frios.

Então, pessoas que dizem que eu entrei pro Cefet a custo e que não valeu a pena porque não vai constar no meu currículo, entendam, finalmente, que valeu muito mais a pena que vocês imaginam. Valeu minha vida.

beijos aos lindos, continuem pegando café no ensino. :)

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Essa é pras LINDAS

Não sei se são os dias monótonos ou a música (Canal 12, ESTEBAN) combinada com esse fim de tarde de verão, mas eu lembrei delas. Elas, as mais lindas.
Lembrei do jardim, do frio, do café da coordenadoria, da cantina, da nossa rotina. A rotina mais cheia de coisas diferentes que eu já vi no mundo. NO MUNDO. (pra pra ti enlouquecer) :P
Saudade da Taís sendo.. a Taís. O stitch da gurizada, o dinossauro que vê dinos em todo lugar e que será salva quando eles dominarem o mundo.. amando o DH, @pecesiqueira dando reply, tavares tavares, fresno. jaguarão, uns guris idiotas, i'm not your babe Fernando, cabelo "realçando" o rosto, me fazendo californianas vermelhas e mais umas coisas de gente que... se acha, coitada. hauhau
Saudade da Debora, porque mesmo que eu veja ela às vezes nos meus intervalos do Dota, ela faz muita falta. Darth Vader, sendo odiada sem motivo NENHUM pelas pessoas. tavares, tavares, fresno, @lucasfresno dando reply, Joe Jonas, i'm not your babe Fernando. cabelos descoloridos, cabelos azuis pintados pela dreka, milonga na frente do oponente, química, bjtesao e mais umas coisas de gente... puta até os dentes. he
Saudade da Dreka. A menorzinha, V1D4 L0K4 do Simões.. Nick Jonas, Nick jonas, CINE, tendo medo de mim na cozinha da Sandy, querendo ou não sendo a coisa mais bonitinha do mundo falando crueldades ou que nem criança. Fotos sexys com o Augusto e mais umas coisas de gente... mais que puta. hauhaua
Saudade da sandy. A SAAAANDY! nerds virando homens, Bruno, Bruno e Bruno me come, Joe Jonas, Canguçu, uns tropeços, pernas abertas que nem homem, timidez com alguns momentos de revelação (filmados), CINE, abraços de namorados e mais umas coisas de... robozinhos de imitação. ;)

Me deu saudades de todas elas, mas eu nunca vou conseguir lembrar de todas as coisas que me lembram essas lindas...
Eu lembro bem dos tapas na cara da Debora, de A PRAIA, dos momentos dramáticos, da bebida causando sempre catástrofes, do Grabriel Colombo, porque beijo na boca me dá tesão, de João Amorim porque o santana não mata criança, GG e eteceteras, das milhares de músicas...
Sei lá, tem muita coisa pra falar, e o tamanho da saudade que eu sinto agora não é bem o tipo de coisa que eu consiga ficar descrevendo, mas eu espero que elas entendam.
Mais do que saudade dessas pessoas, saudade de todas nós juntas, com algumas preocupações que já morreram, outras não. Com nossos dramas e risadas... caralho, to ficando brega. Saudade de um tempo, que eu tenho vontade de voltar só pra ficar parada admirando.
Sei lá meu, como definir essa saudade. é uma saudade bonita até.
Toda poética à moda Laura.
E não Debora, eu não supero.
Não supero a saudade das pessoas que me mudaram,
me mudaram e disseram que sozinha eu não precisava mais seguir.

Saudades de vocês, SUAS LINDAS.

da Mais que vadia que só fala merda :)

sábado, 27 de março de 2010

Poliana speech

Eu não estou esperando nada exatamente. Nenhum compromisso, nenhuma trova, nenhuma prova.
O que esperar no momento perfeito? Nada me vem à tona pra ficar pensando. Nada que eu deseje muito que eu não tenha. E é estranho não esperar a felicidade ou a tristeza, ou um grande acontecimento. quando todos os grandes acontecem no presente, em pequenos momentos até dento da gente mesmo. Às vezes só nós mesmos entendemos o que acontece de tão grande, ninguém mais.
Minha felicidade está no meu presente e não, isso não quer dizer que tenda apenas a piorar. Porque é o contrário. Ser mais feliz do que imaginava ser nos faz acreditar que podemos ser sempre mais felizes. Eu não estou esperando nada, mesmo que não tenha tudo. eu gosto do pouco que tenho porque, pra mim, é muito.
Não, eu não quero reclamar do clima, nem dos meus amores. Não quero ver a vida com olhos de quem precisa de problemas. Não preciso falar pro mundo que minha vida é uma droga só porque tá fora de moda ser Poliana. Eu sou.
E eu não quero escrever sobre o ruim. quero escever sobre o bom, sobre a minha paz. Sobre as amizades novas que adquiri e as antigas que mantive, sobre o Felipe, sobre os beijos. Sobre o calor que no inverno vai TODO MUNDO sentir falta e milhões de Blogs vão estar clamando saudades.
Eu quero mostrar o que eu vejo da vida nesse momento. E quer saber?
Todos vocês deveriam ter olhos de Poliana, e tentar ver que, por mais que esteja difícil, sempre vai ter algo de bom, um motivo pra sorrir.
E nós, por mais nerds e estranhos, feios, magicelas, gordos, espinhentos, com pés tortos e risadas de cachorros que tenhamos e sejamos, temos que perceber que criatuas incíveis somos, e o quanto podemos amar e ser amados. O quanto podemos ser ouvidos e ouvir. O quanto somos e queremos ser.
Eu não espero nada, porque eu aceitei o que sou e enxerguei o que faltava, e melhorei o que podia, e entendi o quanto já tinha. E quer saber?
Eu tinha muito mais que imaginava, e espero sempre mais, porque sei que existem pra mim muitas coisas que eu não posso imaginar agora. E vai vir naturalmente. Eu não vou esperar, eu não estou esperando. eu tô vivendo e curtindo. Foda-se o resto, o que é pra ser meu, vai ser.
E tenho dito.

BAZINGA!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Barcelona 16

"Solta da minha mão..
leva o seu violão
Dentro do mochilão..
Leva também o meu coração!"

"Eu não vou chorar
Você não vai chorar
Você pode entender
que eu não vou mais te ver...
por enquanto
Sorria e saiba o que eu sei,
eu te amo."

Duas músicas. Dois momentos do meu dia.
A primeira foi a música que a minha mãe colocou na recepção de formatura da Rachel, acho que um dos momentos que eu mais chorei dos últimos anos. A segunda, a Rachel tava ouvindo agora, várias vezes seguidas, enquanto preparava as malas.
As duas me dão tanta tristeza, que eu acabei de começar a chorar escrevendo isso.
É incrível como tu não pensa que uma coisa vai ser tão dura até viver ela.
E eu nunca pensei que seria assim.
Nunca pensei que eu ficaria pensando o tempo todo nas ausência que ainda nem começou. Mas tá tão perto.
E eu tenho medo da saudade que eu vou sentir de tudo que a Rachel traz pra essa casa.
Eu sei que eu não vou mais ver Grey's Anatomy comendo salgadinho, e nem Big Bang Theory rindo de cada "bazinga" do Sheldon. Eu sei que eu não vou ter mais as risadas "from nothing" dela lendo algum livro, nem ela vindo aqui ler as coisas engraçadas.
"shake up and procriate! niice!"
Quem vai compartilhar a nerdice? Sim, porque eu aspirei essa parte nerd da Rachel que a Helena não tem.
A Helena é uma irmã e tanto, mas olha eu começando a chorar de novo pensando que não vai mais ser nós três.
Nós três deitadas no colchão com o note numa cadeira vendo seriezinhas, rindo da cara da Felicity. Não vai mais ser nós três vendo Lua Nova no cinema e suspirando pela casa pelo Jacob.
Todas as lembranças que eu tenho de tudo que nós já vivemos sabe, todas as coisas que marcaram a minha história com ela. Charmed, Harry Potter, Florianópolis, Counting Crows, David Gray, Heroes, LOST, As Brumas de Avalon, Lorenna, Practical Magic, Spice girls, Backstreet Boys, nossa. Milhões de coisas.
Balas no potinho do lado da cama, bolachinha no pote de dentro do guarda roupa. Bruxaria, vender cabelos, cortar radicalmente, acupuntura, Alanis. Tá tocando Alanis agora no quarto dela, que típico.
O quarto dela, o mundo dela.
Organização. Pilhas e mais pilhas, arquivos e mais arquivos. CD's e mais DVD's e mais divx. Tudo em ordem, organizado.
Rihanna. Rehab. Umbrella.
Rachel.
comidas cheias de cebola e pimentão, que o pai adora e eu... sou chamada de fescurenta.
Ataques de compras e cara de culpa nos perguntando se tá muito patricinha, esmaltes claros nas unhas mais fodas do mundo, que GRITAM por um vermelho :D
ai essas unhas, as células do meu braço chegam a tremer de pensar nelas. Ainda bem que eu nunca briguei muito com a Rachel.
Não a esse ponto. hehe
Ah Rachel..
é tanta coisa que a gente sabe que vai perder,
tanta coisa que eu reclamo e vou sentir falta.
Parece que vai faltar um pedaço. E foi isso que eu senti quando nós três nos abraçamos na formatura.
Tá começando aquele processo que a gente sabe que inevitavelmente vai acontecer. Nós crescemos. E a cada dia vai chegando a hora de uma de nós largar a saia da mãe, e cada dia mais a realidade da vida vai aparecendo na frente dos meus olhos.
Agora a Rachel e a Helena tão no quarto, conversando sobre que roupas ela leva agora, naquele tom de voz tão normal... e eu aqui choramingando.
Eu sempre fui a chorona, e eu ando muito "mulherzinha".
Me desculpem gurias, eu que sempre me senti meio fria pra essas coisas de repente virei essa máquina de sentimentos.
É que eu vou sentir tanta saudade, tanta falta da minha irmã mais velha mais mais velha.
Vou senti tanto a tua falta, Chel.

um beijo, boa viagem pra vida :)

"Sorria e saiba o que eu sei, eu te amo... ♫"

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Lenine pede citação. Paciência.

"Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...
Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...
Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...
O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...
Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...
Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...
A vida não pára..."

domingo, 27 de dezembro de 2009

Buscando Inspiração. Ou não

“If I was a flower growing wild and free, all I want is you to be my sweet honey bee"

Desenhos aleatórios, “Mafalda” na mesa. E eu me pergunto se eu deveria estar escrevendo sobre o mundo.
Calor sufocante, contraditório sentir liberdade. E eu me pergunto se deveria estar escrevendo sobre aquecimento global.
Cabelo no meu rosto, crianças do vizinho brincando... Seria mais interessante escrever sobre pais e filhos ou sobre tinta de cabelo?
Meu pai caminhando com o lixo da cozinha, I don’t see what anyone can see in anyone else but you... Escrever sobre amor é muito clichê?
Coceira no pescoço, os mosquitos deram uma de vampiros ontem. Alergia nas pernas incomodando. Huumm.. não, escrever sobre alergias também não é uma opção.
Meu pai gritando comigo por bobagem. Não sei se é possível sentir paz completa quando tem alguém gritando que tu precisa limpar o chão da cozinha nos teus ouvidos. Me pergunto o que meu pai faria se lesse isso... Eu deveria estar escrevendo sobre essas coisas?
Estresse, inquietação.. Não estou escrevendo direito. Tem alguma coisa errada. Será que eu deveria mudar de assunto? Olho pros livros na estante ao lado, procurando inspiração. Uma luz, dessas fontes de cultura. Não, nada. “U2 e a filosofia”, “Causa Nobre”, “Espelhos”, “Não há Coincidências”, “A Casa das Sete Mulheres”, “Mario Quintana’s”, “Violetas na Janela”, “Alice no país das Maravilhas”... AAAH. Nada disso ajuda.
Calor incomodando. Meu humor muda tão facilmente que me assusta.
Será realmente tão difícil conseguir inspiração? Não queria escrever mais um texto sobre minha vida e também não queria criar nada. Não queria os meus textos iguais, minhas filosofias que soam muito melhores na minha cabeça.
Não queria ter um rótulo no meu estilo de escrever, não queria ter um rótulo no meu estilo pelo que escrevo.
E parece que não há nada mais na sociedade que me apeteça a escrever, a não ser a minha dúvida. Individualista então. Que seja. Não, não quero escrever sobre mundo. Não quero escrever sobre relações. Não quero escrever sobre amor, mesmo que dentro de mim ele fique querendo pular insistentemente para as páginas. Não, eu prefiro deixar apenas esse texto sobre a dúvida, sobre a minha não capacidade de me inspirar, de escrever algo realmente bom.
Se for pra pensarem nesse texto como bobo, não poderei mudar isso. Ele realmente é bobo, sem nenhum sentido, idiota e retrato de uma cabeça confusa.
Mas uma hora dessas eu paro de me distrair com as picadas dos mosquitos e com a voz do meu pai e escrevo alguma coisa decente. Hoje não. Hoje eu escrevo por escrever, e que goste quem gostar, se identifique quem entender, revire os olhos quem quiser revirar. Ria quem quiser rir, boceje quem quiser bocejar e parabéns aos que chegaram até aqui, pois eu sei que muita gente fechou esta janela antes da minha conclusão atrapalhada. Obrigada aos que ficaram e quanto aos que fecharam, eu me entendo com eles depois. Hun.

“I don’t see what anyone can see in anyone else but you…”